O FIO DO TEMPO
De um país à Humanidade
1. Na abertura do ciclo de Grandes Conferências da Fundação Calouste Gulbenkian esteve em Lisboa Tara Gandhi, neta de Mahatma Gandhi (1869-1948). Escutada atentamente, seduziu pelas suas meditadas palavras da paz pela não-violência. Destacou a “poluição da mente” que persiste, falou sobre a construção da democracia e o silêncio humano necessário como reflexão e meditação sobre a nossa condição sobre a terra. Portadora da herança de seu avô, ela destaca que o pior dos males do mundo não é o ódio mas sim o «medo»; é este, no seu dizer o contrário do amor.
2. Acolhermos o testemunho de quem vem da raiz da paz indiana é sensibilizante e quer mover ao compromisso histórico em viver os mesmos ideais. Interessante o universalismo da mensagem quando a neta diz que «Gandhi não pertence à Índia mas a toda a humanidade».
Diante do mundo onde os processos de vivência e decisão são hoje bem superiores à clássica ideia do Estado-Nação, a necessária consciência de pertença à comum humanidade sai reforçada e a democracia como “convivência” acaba por se transformar em alta responsabilidade global. É neste domínio que um país (como uma pessoa) que se fecha ao mundo fecha-se a si próprio. O contrário também.
3. Os medos e a chamada poluição da mente são os principais obstáculos ao destino humano comum. Ensinar e aprender a liberdade é missão que exige todos os contributos. Nenhuma área do conhecimento deve ficar de fora. Quando nos perguntamos sobre as principais “feridas” dos países que constituem a Humanidade também haveremos de procurar as principais soluções iluminadoras. Nestas, no dizer de Tara Gandhi, também a cultura e religião, a qual «é uma forma de nos unirmos aos outros, para descobrirmos mais sobre nós próprios». Eis uma chave do século XXI.
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