quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O FIO DO TEMPO
Dar lugar à Música!
1. Se formos a pensar bem o que representa a música como património, aspiração e mesmo projecto de Humanidade, ficamos sempre com um amargo de boca ao assinalarmos o dia 1 de Outubro como Dia Mundial da Música. Diz-se que saber música é importante mas, de facto, dá-se-lhe pouco lugar. Em Portugal, ser músico, como ser artista, é uma luta pela sobrevivência. Os génios salvam-se sempre, mas o corpo médio dos músicos onde depois brilharão as estrelas, padece da ausência de apostas firmes, sérias e programáticas. Um pouco por todo o país, heroicamente, vão sobrevivendo as bandas musicais e algumas orquestras; são muitas as colectividades que pela música conseguem juntar populações dispersas, a partir dos valores e sensibilidades musicais.
2. Volta e meia destaca-se que até para aprender matemática a formação musical é um trampolim surpreendente. De quando em quando salienta-se a «educação artística» como chave de desenvolvimento dos povos, a partir das matrizes das culturas. Mas sente-se que a música, como outras áreas artísticas, estão claramente na periferia; se houver tempo, completa-se o “mapa”…! A era actual é a da ansiosa procura das tecnologias, deitando a perder as Humanidades e as Artes. Por isso vamos ficando mais pobres… Ainda assim, simultaneamente, brota algum despertar estimulante para cenários que virão em que será a riqueza das diversidades culturais, artísticas e musicais, o maior emblema dos povos…
3. Como trazer para o “centro” dos sistemas educativos a área artística e musical? Como elevá-la a ponto de a considerar insubstituível na formação das novas gerações? Não chega o remendo... Há inteira compatibilidade entre a fronteira das tecnologias de ponta e um humanismo que sensibilize a comunidade humana para os valores artísticos… Ou não será que tocar numa orquestra não dá espírito de equipa, estética e ética?!

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