terça-feira, 30 de março de 2010

O FIO DO TEMPO
As faces perigosas do facebook
1. Talvez sempre tenha sido assim com as novidades, mas os novos instrumentos da comunicação têm capacidade de sedução sem limites. Quem tiver tempo de sobra e não tiver auto-domínio bem pode passar a vida agarrado ao computador, a navegar por todos os mares e todas as águas que a internet proporciona; das mais límpidas às mais turbas. Mas tudo terá de ter um limite, até porque qualquer excesso tem repercussões maléficas à própria vida e até pode ferir a biologia pessoal. Lembramo-nos quando perto do ano 2000 as mesmas universidades que formavam cientistas da maia alta tecnologia também formavam os ciberpsicólogos para curar os excessos cometidos no seu uso.
2. Agora a recente notícia dá conta de que «clínicas tratam viciados no facebook». Já existe até um nome técnico para qualificar a anomalia dos abusos de facebook: «facebook Addiction Disorder». A obsessão deste entretenimento facebook, além de poder gerar efeitos sociais distorcidos em relação ao diálogo humano, ao trabalho e ao compromisso para com a vida e a sociedade concreta, segundo estudo recente «provoca sintomas semelhantes aos apresentados pelos viciados em substâncias como a nicotina, álcool ou comprimidos.» Em 1995 havia sido diagnosticada a Internet Addiction Disorder; agora, mediante a necessidade de curar as diagnosticadas perturbações psicológicas devido aos abusos, o conceito passou para o facebook.
3. Como é natural, não se duvide que existem mil potencialidades de aproximação e relação entre gentes e culturas que estas novas estradas proporcionam; não reconhecê-lo será cair na outra face do perigo, de rejeitar aquilo que é o sentido da inovação e da aproximação da Humanidade a si mesma. Mas os perigos são também inúmeros; a vigilância prudente e o saber dominar-se a si mesmo revelam-se valores essenciais à preservação até da saúde humana, quanto mais da saúde da relação interpessoal. O perigo alarga quanto mais o acompanhamento humanístico das novas gerações que vivem no facebook vai rareando. Entregues ao facebook?!

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