quarta-feira, 3 de março de 2010

O FIO DO TEMPO
A cultura preventiva
1. São as situações imprevistas que testam as verdadeiras capacidades das nossas previsões. A cultura preventiva e de segurança tem de ser vista como factor de desenvolvimento e progresso, pois garantem mais possibilidades de sucesso perante cenários imprevisíveis. Ao dizer-se que “homem prevenido vale por dois”, afirma-se as vantagens de se estar preparado e formado para tudo, para que quando se verificar a indesejada ocorrência surpreendente a capacidade de resposta tenha discernimento e valor acrescentado. Neste factor preventivo, hoje, teremos de juntar conhecimentos para além dos clássicos teóricos, incluindo os próprios conhecimentos das leis (não só físicas mas) também da natureza tendo como pano de fundo a realidade que temos, e não só a que gostaríamos de ter.
2. Parece-nos que persiste um grande défice em termos das necessidades educativas referentes à actuação diante de situações humanitárias, de momentos de emergência, das noções básicas para se poder socorrer sendo parte da solução e não do problema. Tudo porque quando não se sabe como actuar, procurando ajudar pode-se desajudar. Sabe-se que no sistema de ensino e aprendizagem podem-se fazer todos os cursos, graduações e pós-graduações sem nunca fazer parte dos programas, por exemplo, um mini curso de socorrismo, de segurança no trabalho, de actuação em situações de emergência. As vantagens desta formação para todos e para cada um seriam evidentes, mas a sua aposta precisa de ver mais valorizada a visão da educação como um todo pessoal e social.
3. Como em tudo, o ideal seria não ser necessário a urgência para então depois se patentear a vantagem. O primeiro passo seria antever, prever para ser clarividente a necessidade da aposta nesta formação de cultura preventiva, a qual teria efeitos polivalentes e transversais à vida em sociedade. Para quando o realismo nos conduzirá a estas apostas estruturantes?

Sem comentários: