quarta-feira, 10 de março de 2010

O FIO DO TEMPO
Bulling, exclusão e cultura da paz
1. O recente caso do aluno de escola de Mirandela que desapareceu no Rio Tua, na confirmação de que seria vítima habitual de violência pelos colegas dentro e fora da escola, faz-nos reparar e reflectir que a exclusão não é só um triste fenómeno dos adultos mas que de tenra idade ela já faz história e cria infeliz escola. A violência gratuita, em grupo, física ou psicológica, o Bullying, é causa (por si) e gera consequências dramáticas. Precisamos de uma cultura de paz, de tolerância, de respeito pela diversidade e pela opinião dos outros; mas, contraditório com esta vontade, os meios mais poderosos de comunicação anunciam bem mais a violência que a harmonia.
2. Sempre que numa escola acontece algum episódio de violência ou que nos seus contornos actos de intolerância podem tocar os muros das escolas, vem aquela crítica muito injusta de desaprecia o meio escolar. Com objectividade, hoje pede-se bem mais à escola que aquilo que se devia pedir; o eixo fulcral dos actos violentos quando acontecem na escola, são porque foram levados para lá; o problema é profunda e transversalmente social e não da comunidade escolar; esta é “chamada a” mas não consegue nem pode responder a toda a complexidade de problemas que lhe entram pelas portas. Mas também esta realidade, e tendo em vista um paradigma de formação e educação social, obrigará a repensar a existência programática da escola actual.
3. Com olhar minimamente crítico, e para além das diferenças de etnias ou proveniências, a exclusão começa por coisas tão simples como o ter isto ou aquilo, ou ser deste clube ou daquele. Quando a estas tolerâncias em embrião se juntam a idade e a luta pela sobrevivência, a par de uma fulcral desinformação de que «com os outros» vamos todos mais longe, temos o terreno fértil à imposição violenta sobre outros diferentes e iguais como nós. Continua por construir a fórmula da paz, por isso ela precisa da humanidade de todos. Seja também a formação educativa, ao longo da vida, mais perita em Humanidade.

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