quinta-feira, 11 de março de 2010

O FIO DO TEMPO
A força da credibilidade
1. Quem “folheia” num minuto as notícias pelos sítios da internet dos principais jornais diários sente que o relatório de acontecimentos destacados são pouco inspiradores pois trazem sempre consigo sintomáticas nuvens de insatisfação. Dois recentes sublinhados poderemos destacar: a entrevista do presidente da república que salientou a necessidade da “ética nos negócios”, e os resultados da revista forbes que exalta Américo Amorim como o homem mais rico do país. Quem não se lembra de há quase um ano o gigante grupo Amorim ter executado o despedimento de trabalhadores justificando tal facto pela crise reinante! A este perfil noticioso pode-se juntar os resultados que vão chegando do exercício do ano de crise 2009, de que se poderá destacar há dias o rejubilar dos magníficos resultados da EDP…
2. A credibilidade e a ética precisam de pés firmes e o sentido da riqueza e da economia carecem de uma finalidade bem mais elevada. Quando se governa um barco poderá ser fácil seguir o caminho do “não olhar a meios para atingir fins”. Bem mais difícil, e há muita gente heróica anónima neste país, será gerir a fronteira da empresa na linha esforçada de responsabilidade social. Também é urgente superar o mito antigo da menoridade em que o lobo era sempre quem governa e o cordeiro vítima o trabalhador. Casa pessoa é uma pessoa, cada caso um caso, cada empresa ou instituição é uma realidade única a reclamar medidas únicas.
3. O alto enriquecimento à custa do empobrecimento é a pior das chagas sociais e poderá ser (sempre foi) o princípio da (re)volução libertadora. Se todos empobrecem, todos se sentem no mesmo barco; se um enriquece à custa do desemprego e miséria de muitos, dá vontade de dizer: «pobre riqueza». A ética do negócio em cenários de crise capaz de gerar credibilidade, aconselha vivamente ao repartir do “mal pelas aldeias”. A revista forbes confirma que continuamos longe! Até quando?

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