quarta-feira, 3 de março de 2010

O FIO DO TEMPO
É hora de reconstrução
1. Umas vezes construímos, outras reconstruímos. A construção é o primeiro passo; a reconstrução, como segundo momento, exige uma avaliação ponderada daquilo que serão os alicerces mais profundos com a finalidade de mais e melhor se conseguir a desejada segurança sustentável. Os dias deste mundo não têm sido fáceis, a natureza alerta-nos de diversas formas, as forças humanas são desafiadas à resistência e persistência. No meio de tantas tempestades têm existido “machados” que se enterram, de quem reconhece que “temos andado tão enganados”, de que afinal “Portugal é assim”, solidário, de coração grande!
2. Mas após o “acalmar do pó” vem o dia seguinte que deverão ser os meses seguintes, os anos seguintes, o tempo seguinte. A força da reconstrução faz lembrar sempre a “fénix renascida”, quando das cinzas da tragédia se redescobrem capacidades antes ocultas, porque agora testadas com os safanões da natureza que nos preside e que também somos. A reconstrução precisa de tudo e de todos; a reconstrução que não é só uma questão de tecnologia de forças e de máquinas, mas exige bem mais a chamada “força interior”, a alma, a consciência dinâmica de quem está receptivo para aprender e crescer com cada acontecimento.
3. Não há outro fio condutor ao futuro que não seja o da esperança, e esta não é um objecto mas um sentir. Do Haiti à Madeira, da Madeira ao Chile, a história que se vai escrevendo nestas tragédias faz pensar para actuar e reflectir para interiorizar sobre a condição humana diante da delicada mãe natureza. Esta é a hora onde também têm lugar aquelas perguntas sobre se temos sido bons administradores e gestores sábios dos recursos que o planeta transporta? Ou se temos sido factor de desequilíbrio com graves consequências? Nos últimos anos tem crescido o cinema de catástrofe que retratas as verdades inconvenientes... Mas o sol, com a sua beleza radiante, voltará a pôr-se todos os dias. Façamos tudo por este filme!

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